Objetivo:
CLAUDIOTULLA minha missão, e é assim que eu encaro esse trabalho, é de apenas divulgar a boa e bela música! Pois é inconcebível deixar as pessoas sem conhecer o verdadeiro Rock. Não consigo imaginar alguém nascer, crescer, viver e morrer sem ouvir pelo menos a metade do conteúdo deste Blog. É uma tortura para meu ser pensar que isso possa acontecer! Quero também deixar muito claro que não pratico pirataria. Os links expiram em 60 dias e sabemos, como bons apreciadores, que um mp3 tem péssima qualidade. Porém, não existe nada melhor do que achar um som na internet, baixar, se deliciar e depois comprar o original, com encartes, um som puro e perfeito! Preservando assim os direitos autorais dos artistas que as produziram!
Desejo a todos uma viagem sonora cheia de delícias musicais!
terça-feira, novembro 13, 2007
quarta-feira, novembro 07, 2007
Gary Rossington (Lynyrd Skynyrd)
terça-feira, setembro 04, 2007
Concordando ou não o autor com essa classificação, se tivéssemos de optar por uma das etiquetas disponíveis na Arte, a Jacek Yerka colaríamos a de «surrealista». Mas não o surrealismo inspirado em Salvador Dalí, bastardia de que sofreram (e sofrem) muitos autores que se seguiram ao "mestre" catalão. As fontes onde Yerka foi beber são mais remotas, notando-se no grosso da sua obra um maior contributo pessoal na reinterpretação dessas influências do que se se tivesse limitado a dar uma mexidela num surrealismo requentado, qual roupa-velha confeccionada à base de restos de Dalí e Marx Ernst do jantar da véspera.Concedido: nas pinturas deste artista polaco reconhece-se por vezes uma certa intertextualidade com renomados autores do século XX, particularmente com René Magritte (Ian Anderson do Jethro Tull cita René Magritte em uma de suas músicas, no LP Too Old to Rock'n Roll: Too Young to Die, a música se chama, From a Dead Beat to an Old Greaser e inclusive ele também cita Jack Kerouac.) e M. C. Escher (nas perspectivas autocontraditórias). Mas o contributos destes é pouco relevante quando comparado com o dos mestres flamengos dos séculos XIV-XVI, como Jan van Eyck, Hugo ver der Goes ou Peter Brueghel, o Velho. A arquitectura, as paisagens, a luz que Yerka passa para a tela poderiam evocar uma Flandres de antanho, mas não fossilizada, antes reinterpretada.Era isto que tínhamos preparado para dizer sobre Yerka. Mas as imagens que ele nos enviou para este portefólio não são particularmente ilustrativas desse aspecto — não foi, claramente, o desejo de se enquadrar nos nossos pré-conceitos que ditou a selecção do autor. Não havendo tempo para reformular a tese, feche-se a edição. Por nós, vamos descobrir este Yerka que, em grande parte, desconhecíamos. FGÉ autor de dois dos mais populares livros de arte da actualidade: Mind Fields (onde as suas pinturas são acompanhadas por contos breves de Harlan Ellison, renomado autor americano de literatura fantástica) e The Fantastic Art of Jacek Yerka. Em 1995 foi agraciado com o World Fantasy Award de melhor artista. Nasceu em 1952 no Norte da Polónia.
quinta-feira, agosto 30, 2007
quinta-feira, agosto 09, 2007
Estava eu chegando de uma balada, travado e conseqüentemente sem conseguir dormir fui ligar a tv no corujão, estava passando um filme que já estava pela metade, contava a história de dois irmãos que havia seqüestrado um trailler com um padre e seus dois filhos, os caras atravessaram a fronteira do México. Aí resolveram entrar em um bar na beira da estrada, um bar que é o sonho de todo rockeiro rebelde, e que estamos a sua procura cada vez que saímos pra balada, e é aí que cheguei aonde eu queria, tinha uns caras tocando no bar, uma pauleira alucinante riff riff riff riff fumando marijuana riff riff riff rifff achei aquilo louco demais, logo depois os caras começam uma balada psicodélica, e aí eu fui à loucura!!!!! Salma Hayek entra dançando só de biquini e com uma jibóia albina no pescoço, Caracas aí foi que eu travei mesmo rsrssrs, e depois de ver abasbacado aquela cena pensei. Bom como eu ñ posso pegar a Salma Hayek eu vou descobrir quem são esses caras que tocam essas belas musícas rsrsrsrs e comecei a pesquisar. TITO & TARANTULA, que ganhou uma (certa) notoriedade quando participou do divertidíssimo trash movie produzido por Quentin Tarantino e dirigido por seu pupilo Robert Rodriguez, 'From Dusk Till Dawn'(no Brasil, 'Um Drink No Inferno'). Quem é a banda que reside naquele pardieiro de beira-de-estrada recheado de vampiros e monstrengos diversos??? E porque participou de sua trilha sonora???? Triste ilusão, pois os caras, curiosamente, não tinham nenhum cd lançado, mas tão somente algumas faixas soltas na trilha de 'Desperado', do mesmo Rodriguez, e essas de 'From Dusk Till Dawn'. Agora, que tal saber mais sobre esses porras-loucas aí de cima????
Não haveria os tarântulas sem Tito Larriva, mexicano criado em El Paso, Texas, que desde cedo estudou música, primeiro o violino e a flauta, e fez parte de várias bandas punk da região, além de ser um requisitado trilheiro, até chegar à sua primeira banda de expressão, Cruzados, onde mesclou sua latinidade com o blues rock, chegando a gravar dois álbuns entre 85 e 88.
Com a dissolução dos Cruzados, Tito dedicou-se às trilhas sonoras e retomou uma antiga paixão: a interpretação. Em 92 conhece o excelente guitarrista Peter Atanasoff e juntos começam a promover jams em bares de L.A. Até que, em 95, já como Tito & Tarantula, chegam a um line-up fixo que consiste ainda de Jennifer Condos (baixo), Lyn Bertles (violino, flauta, harmonica, mandolin e vocal) e Nick Vincent (bateria e percussão). Por essa época Larriva é convidado por seu amigo de longa data, Robert Rodriguez, a assumir um papel em 'Desperado' e, de quebra, consegue emplacar três faixas na trilha sonora. No ano seguinte a parceria continua com o já citado 'From Dusk Till Dawn' no qual a banda, despretensiosamente reduzida a um trio com Tito, Atanasoff e o baterista Johnny 'Vatos' Hernandez, recrutado às pressas, faz uma performance marcante que muda por completo a sorte de Larriva & cia, pois filme e trilha, com dois das três músicas executadas em tela, tornam-se um grande sucesso.
Claro que o próximo passo deveria ser a gravação de um álbum e, assim, em 97 lançam 'Tarantism' que contém quatro músicas constantes nos dois filmes e mais seis inéditas. O sucesso de público e crítica deu à banda a oportunidade de excursionar durante todo aquele ano e parte do seguinte divulgando o álbum. No entanto, o casal Vincent e Bertles, à espera de um segundo filho, decide deixar a banda. O substituto natural para as baquetas foi 'Vatos' enquanto Petra Haden assumiu a vaga de Bertles. E foi com essa formação que lançaram 'Hungry Sally & Other Killer Lullabies'. Após o lançamento, Andrea Figueroa assume o posto de Petra.
Ainda com essa formação iniciam as gravações de um novo álbum quando sofrem mais duas baixas: Jennifer Condos resolve abandonar o barco e é seguida por Figueroa. Para o baixo é convocado Dominic Davalos , mas o resultado é um álbum, provocativamente nomeado 'Little Bitch'(2000), considerado confuso e recheado de experimentações.
Mas Larriva é persistente e, tendo a banda um público cativo, encontra rápidamente novos membros: Marcus Praed assume o piano, uma novidade na formação, Io Perry para o baixo e, surpreendentemente, adiciona uma terceira guitarra a ser executada por Steven Hufstetter.
Assim, em 2002, lançam 'Andalucia' abandonando o experimentalismo de seu predecessor e retomando a mesma pegada de seus dois primeiros trabalhos, mas as constantes trocas na formação abalaram profundamente o equilíbrio da banda e, infelizmente, tudo leva a crer que encerraram suas atividades após a repentina e não esclarecida saída de Peter Atanasoff, peça fundamental no som da banda. Taí uma dica do CLAUDIOTULL pra turbinar qualquer festinha chata rsrsrsrsrsrsrs valeu!!!!!
quarta-feira, agosto 08, 2007
sexta-feira, agosto 03, 2007
quinta-feira, agosto 02, 2007
quarta-feira, agosto 01, 2007
terça-feira, julho 24, 2007
CHARLES BUKOWSKI
Biografia do velho safado
Charles Bukowski é um dos escritores contemporâneos mais conhecidos dos EUA, e alguns diriam que é o poeta mais influente e o mais imitado. Nasceu no dia 16 de agosto de 1920 em Andernach, na Alemanha, filho de um soldado americano e uma mãe alemã e mudou-se para os EUA com três anos de idade. Cresceu em Los Angeles e lá viveu durante 50 anos. Publicou seu primeiro conto em 1944, com 24 anos de idade, e começou a escrever poemas com 35. Morreu em San Pedro, Califórnia no dia 9 de março de 1994 com 73 anos, pouco depois de ter terminado seu último romance: Pulp (1994).
Publicou mais de 45 livros de prosa e poesia enquanto estava vivo, incluindo os romances Cartas na Rua (1971), Factotum (1975), Mulheres (1978), Misto Quente (1982) e Hollywood (1989). Seus livros mais recentes são as publicações póstumas de Open all night: new poems (2000), Beerspit Night & Cursing: The correspondence of Charles Bukowski & Sheri Martinelli 1960-1967 (2001), the night torn mad with footsteps (2001), Sifting Through the Madness for the Word, the Line, the Way: New Poems (2003).
No Brasil os últimos livros publicados são Hino da tormenta (2003) e Tempo de vôo para lugar algum (2004) que correspondem à primeira e à segunda parte do livro Open All Night: new poems.
A Editora Conrad lançou em 2000 a biografia do Bukowski escrita por Howard Sounes e intitulada Charles Bukowski - Vida e loucuras de um velho safado.
Factotum, previsto para 2005.
Born into this, 2004.
Bukowski ou cachorro cadê sua alma, 2000.
The man with beautifull eyes, 1999.
The Ordinary madness of Charles Bukowski, 1995.
I'm Still Here, 1990.
Barfly, 1987.
The Charles Bukowski Tapes, 1987.
Crazy Love, 1987.
Crônicas de um Amor Louco, 1981.
Charles Bukowski - East Hollywood, 1976.
Bukowski, 1973.
Bukowski at Bellevue, sem data.
Solid Citizen, 2003.
70 Minutes in Hell, 2003.
King of Poets, 2003.
Bukowski reads his poetry, 1995.
Hostage, 1994.
Poems & Insults!, 1972.
P.S:eu já baixei todo o conteúdo em mp3 em algum link desses aí do fundo do blog rsrsrsr
CLAUDIOTULL
Nome Verdadeiro: provavelmente Aleck Ford
Nascimento: provavelmente 05/12/1899 (Glendora, Mississipi)
Morte: 25/05/1965 (Helena, Arkansas)
Discos Recomendados: The Chess Years (Chess/Charly - 4 CDs), The Essential (MCA - duplo), King Biscuit Time (Arhoolie), Keep it to Ourselves (Storyville/Analogue), todos importados
Aleck Ford, Aleck Miller, Rice Miller, Willie Miller, Willie Williams. Todos esses nomes e mais alguns são atribuídos a Sonny Boy Williamson, um dos maiores gaitistas do blues. Para complicar, seu pseudônimo era o mesmo de John Lee Williamson, outro gaitista seminal. Esse blues do crioulo doido gerou uma das mais curiosas controvérsias da história do gênero. Dentre mil versões diferentes, a que parece mais razoável diz que John Lee (autor do clássico Good morning schoolgirl), como foi o primeiro a gravar, já tinha certa fama lá pelos anos 40, quando o iniciante Ford (ou Miller, ou Williams) inadvertidamente começou a usar o mesmo pseudônimo para pegar carona em seu sucesso. Com o tempo, Ford ficou ainda mais famoso que o antecessor e, após a morte de John Lee em 48, chegou a sustentar que nunca houve outro Sonny Boy. Para diferenciar os dois, a maioria dos historiadores passou a chamá-los de Sonny Boy Williamson I (John Lee) e II (Ford).
Para confundir ainda mais, o segundo Sonny Boy sempre fez mistério sobre sua vida. Afirmava ter nascido em 1909, em Tallahatchie (próximo a Glendora) e a cada entrevistador dizia ter um nome diferente. Os biógrafos divergem sobre qual seria o verdadeiro, mas a maioria acredita ser mesmo Aleck Ford.
Desde os anos 20 ele já vagava pelo Mississipi, o Texas e o Arkansas, chegando a acompanhar o pioneiro Blind Lemon Jefferson. Na década seguinte, trabalhou com Sunnyland Slim, Elmore James, Arthur Big Boy Crudup e até Robert Johnson. Nessa época, ensinou o jovem Chester Burnett a tocar gaita, contribuindo para a formação de outro astro - Burnett ficaria conhecido mais tarde como Howlin’ Wolf.
De 38 a 48 ele tocou regularmente no King Biscuit Time, programa da rádio KFFA, de Helena (Arkansas). Aproveitava essas aparições para divulgar seus próximos shows e assim foi ganhando trabalho, público e prestígio. Mas foi só em 51 (já com mais de 50 anos de idade) que ele começou a gravar por pequenos selos do Mississipi e de Arkansas, lançando clássicos como Eyesight to the blind (gravado por Eric Clapton com o Who) e Nine below zero (famoso também com Muddy Waters). O CD King Biscuit Time compila essa fase. De 55 a 63, já em Chicago, lançou pela Chess e a Checker seus maiores sucessos: Help me, Keep it to yourself, Checkin’ up on my baby, Don't start me talkin’ e outros.
A consagração veio ao participar, em 63 e 64, do American Folk Blues Festival, turnê realizada vários anos pela Europa para apresentar os grandes nomes do blues, como Muddy Waters e John Lee Hooker. Sonny Boy conquistou o público europeu, aproveitando para fazer nesse período uma turnê com Memphis Slim e gravações e shows com os Animals, os Yardbirds (que tinham Clapton na guitarra) e o ainda desconhecido Jimmy Page. Com seu timbre cristalino e encorpado e o fraseado peculiar, além da voz rouca e trêmula, tornou-se um dos principais ídolos do nascente blues britânico. O sucesso foi tanto que Sonny Boy pensou até em ficar morando na Inglaterra, mas no início de 65 acabou voltando para Helena, onde poucos meses depois morreu enquanto dormia.
“Delinqüentes roqueiros no auge da adolescência tomam de assalto às ruas de todas as nações. Invadem o Louvre e jogam ácido no rosto da Mona Lisa. Abrem portões de zoológicos, manicômios e prisões, arrebentam encanamentos com martelos pneumáticos, arrancam o assoalho dos toaletes de aviões, apagam faróis à bala, limam cabos de elevadores até que fiquem com a espessura de um fio de cabelo (...), promovem rachas suicidas no comando de ônibus e aviões de passageiros, usam jalecos para invadir hospitais carregando serrotes e machados e bisturis com um metro de comprimento...”.
“O resultado final da proliferação celular completa é o câncer. A democracia é cancerosa, e seu câncer são as repartições. Uma repartição cria raízes em qualquer parte do Estado, torna maléfica como a Divisão de Narcóticos e cresce de forma incessante, reproduzindo cada vez mais indivíduos de sua espécie até o ponto em que, se não for controlada ou extirpada, acaba por asfixiar seu hospedeiro. Repartições não são capazes de viver fora de um hospedeiro, pois são organismos verdadeiramente parasitas. (...)”.
“(...) Americanos morrem de medo de abrir mão do controle, de deixar as coisas acontecerem por si sós, sem interferência alguma. Se fosse possível, entrariam dentro dos próprios estômagos para digerir a comida e depois enfiar a merda para fora usando pás”.
É ou não é loucura...Qual louco poderá responder?????
CLAUDIOTULL
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais - Essa cujo nome sabem as hostes celestiais, Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo: "É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais. É só isto, e nada mais."
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante, "Senhor", eu disse, "ou senhora, de certo me desculpais; Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo Tão levemente, batendo, batendo por meus umbrais, Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais. Noite, noite e nada mais.
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais. Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita, E a única palavra dita foi um nome cheio de ais - Eu o disse, o nome dela, e o eco disse os meus ais, Isto só e nada mais.
Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo, Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. "Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela. Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais. Meu coração se distraia pesquisando estes sinais. É o vento, e nada mais."
A partir dos anos 50, a escrita ganhou som, fúria e movimento nas mãos ligeiras de jovens escritores que decidiram encarar o conservadorismo moral vigente nos EUA e instaurar uma nova maneira de enfrentar o mundo. Essa geração, que passaria a ser reconhecida como “beat”, protagonizou uma reformulação em termos de comportamento, desenvolveu a expansão da consciência por meio de experiências alucinógenas e ganhou a admiração de jovens insatisfeitos da classe média.
A influência extrapolou o campo literário e estendeu-se por gerações. As canções de Bob Dylan e Jim Morrison ou os filmes de Wim Wenders e Jim Jarmusch são exemplos declarados ou dissimulados de seguidores do espírito beat. Muito do que se viu nos anos 60: a manifestação dos hippies, a experiência com drogas, os discursos fervorosos sobre sexualidade, os manifestos antimilitares, associa-se ao universo de interesse dos autores beats.
Três escritores e três livros formam o panteão da geração. “Pé na Estrada” (“On The Road”), de Jack Kerouac, “Almoço Nu” (“Naked Lunch”), de William Burroughs e o poema “Uivo” (“Howl”), de Allen Ginsberg. Em comum, as obras têm um vigor narrativo muito intenso, um fluxo de pensamento desordenado, por vezes caótico, e uma “linguagem de rua”, cheia de gírias e palavrões. Sobre o estilo verborrágico de Kerouac, o escritor e tradutor Eduardo Bueno diz:
“Kerouac empenhou-se em forjar uma nova prosódia, capturando a sonoridade das ruas, das planícies e das estradas dos EUA, disposto a libertar a literatura norte-americana de determinadas amarras acadêmicas e de um certo servilismo a fórmulas européias (ou europeizantes). Ao fazê-lo, introduziu o som na prosa -antes e melhor do que qualquer outro romancista de sua geração”.
Além das particularidades narrativas, os integrantes do movimento faziam questão de levar uma vida condizente com o ritmo de seus relatos. A distribuidora Magnus Opus oferece uma boa oportunidade para conferir esse aspecto biográfico nos documentários recém-lançados “Kerouac - O Rei dos Beats”, dirigido por John Antonelli em 1984, e “William Burroughs, Poeta do Submundo” (1991), do diretor Klaus Maeck.
O primeiro é um registro da vida do escritor norte-americano Jack Kerouac, desde sua infância em Lowell até a sua morte, noticiada em 1969 por um telejornal da época. A seqüência dos fatos é dramatizada pelo ator Jack Coulter, no papel do escritor, e intercalada pela leitura de trechos de seus livros. Muito do que aparece na tela serve menos para desmistificá-lo e mais para manter certo glamour em suas atitudes.
Vários depoimentos de amigos íntimos (Lawrence Ferlinghetti, Armand Morissette) e amantes de Kerouac são combinados com declarações do próprio escritor numa entrevista rara de 1968, no programa televisivo de William Buckley. O amigo e agente literário Allen Ginsberg conta no documentário que, por ocasião desse encontro, Kerouac, acatando sugestão de Burroughs, resolveu alugar um quarto em Nova York, onde ficaram também sua irmã e o cunhado. Ginsberg resolveu acompanhá-lo até o estúdio onde seria gravada a entrevista. Momentos antes, Kerouac avistou uma bebida encostada no canto do camarim. Quando foi o momento de aparecer no palco, Ginsberg conta que o amigo “foi para o programa embriagado, todo caipira e com barriga de cerveja”. A fala pastosa e o rosto inchado de Kerouac revelam o estado alterado em que concedera a entrevista.
O outro documentário, dedicado a William Burroughs, tem formato parecido, mas não prioriza tanto a cronologia de sua vida. Expõe mais suas idéias e suas experiências literárias. Exibe o próprio autor realizando leitura de suas obras no teatro Filmkunst, em 1986, além de trechos de uma entrevista ao escritor Jürgen Ploog. Ao ser questionado sobre a desordem narrativa estabelecida em seus livros, Burroughs afirma que “é muito difícil para qualquer um parar a fluência das palavras”.
Ambos os filmes servem como ponto de partida para se mergulhar no universo intrincado e despudorado dos escritores beats: o uso de drogas lícitas e ilícitas, o consumo desenfreado de bebidas alcoólicas, as experiências sexuais, o comportamento incontido dos personagens, a convivência à margem da sociedade e uma necessidade voluptuosa de registrar no papel sua própria devassidão.
quinta-feira, julho 19, 2007
CLAUDIO TULL
Só o Rock'n'roll Salva
Elvis Presley que estais no céu,
Muito escutado seja Bill Haley,
Venha a nós o Chuck Berry,
Seja feito barulho à vontade,
Assim como Hendrix e Rolling Stones.
Rock and roll que a cada dia nos melhora,
Escutai sempre Clapton e Neil Young,
Assim como Pink Floyd e Allman Brothers,
E não nos deixeis cair nas tentações de Morrison.
Mas livrai-nos do pagode, axé e sertanejo
Amem!!!!