Objetivo:

A minha missão, e é assim que eu encaro esse trabalho, é de apenas divulgar a boa e bela música! Pois é inconcebível deixar as pessoas sem conhecer o verdadeiro Rock. Não consigo imaginar alguém nascer, crescer, viver e morrer sem ouvir pelo menos a metade do conteúdo deste Blog. É uma tortura para meu ser pensar que isso possa acontecer! Quero também deixar muito claro que não pratico pirataria. Os links expiram em 60 dias e sabemos, como bons apreciadores, que um mp3 tem péssima qualidade. Porém, não existe nada melhor do que achar um som na internet, baixar, se deliciar e depois comprar o original, com encartes, um som puro e perfeito! Preservando assim os direitos autorais dos artistas que as produziram!

Desejo a todos uma viagem sonora cheia de delícias musicais!

CLAUDIOTULL

terça-feira, julho 24, 2007

Sonny Boy Williamson II


Nome Verdadeiro: provavelmente Aleck Ford
Nascimento: provavelmente 05/12/1899 (Glendora, Mississipi)
Morte: 25/05/1965 (Helena, Arkansas)
Discos Recomendados: The Chess Years (Chess/Charly - 4 CDs), The Essential (MCA - duplo), King Biscuit Time (Arhoolie), Keep it to Ourselves (Storyville/Analogue), todos importados

Aleck Ford, Aleck Miller, Rice Miller, Willie Miller, Willie Williams. Todos esses nomes e mais alguns são atribuídos a Sonny Boy Williamson, um dos maiores gaitistas do blues. Para complicar, seu pseudônimo era o mesmo de John Lee Williamson, outro gaitista seminal. Esse blues do crioulo doido gerou uma das mais curiosas controvérsias da história do gênero. Dentre mil versões diferentes, a que parece mais razoável diz que John Lee (autor do clássico Good morning schoolgirl), como foi o primeiro a gravar, já tinha certa fama lá pelos anos 40, quando o iniciante Ford (ou Miller, ou Williams) inadvertidamente começou a usar o mesmo pseudônimo para pegar carona em seu sucesso. Com o tempo, Ford ficou ainda mais famoso que o antecessor e, após a morte de John Lee em 48, chegou a sustentar que nunca houve outro Sonny Boy. Para diferenciar os dois, a maioria dos historiadores passou a chamá-los de Sonny Boy Williamson I (John Lee) e II (Ford).
Para confundir ainda mais, o segundo Sonny Boy sempre fez mistério sobre sua vida. Afirmava ter nascido em 1909, em Tallahatchie (próximo a Glendora) e a cada entrevistador dizia ter um nome diferente. Os biógrafos divergem sobre qual seria o verdadeiro, mas a maioria acredita ser mesmo Aleck Ford.
Desde os anos 20 ele já vagava pelo Mississipi, o Texas e o Arkansas, chegando a acompanhar o pioneiro Blind Lemon Jefferson. Na década seguinte, trabalhou com Sunnyland Slim, Elmore James, Arthur Big Boy Crudup e até Robert Johnson. Nessa época, ensinou o jovem Chester Burnett a tocar gaita, contribuindo para a formação de outro astro - Burnett ficaria conhecido mais tarde como Howlin’ Wolf.
De 38 a 48 ele tocou regularmente no King Biscuit Time, programa da rádio KFFA, de Helena (Arkansas). Aproveitava essas aparições para divulgar seus próximos shows e assim foi ganhando trabalho, público e prestígio. Mas foi só em 51 (já com mais de 50 anos de idade) que ele começou a gravar por pequenos selos do Mississipi e de Arkansas, lançando clássicos como Eyesight to the blind (gravado por Eric Clapton com o Who) e Nine below zero (famoso também com Muddy Waters). O CD King Biscuit Time compila essa fase. De 55 a 63, já em Chicago, lançou pela Chess e a Checker seus maiores sucessos: Help me, Keep it to yourself, Checkin’ up on my baby, Don't start me talkin’ e outros.
A consagração veio ao participar, em 63 e 64, do American Folk Blues Festival, turnê realizada vários anos pela Europa para apresentar os grandes nomes do blues, como Muddy Waters e John Lee Hooker. Sonny Boy conquistou o público europeu, aproveitando para fazer nesse período uma turnê com Memphis Slim e gravações e shows com os Animals, os Yardbirds (que tinham Clapton na guitarra) e o ainda desconhecido Jimmy Page. Com seu timbre cristalino e encorpado e o fraseado peculiar, além da voz rouca e trêmula, tornou-se um dos principais ídolos do nascente blues britânico. O sucesso foi tanto que Sonny Boy pensou até em ficar morando na Inglaterra, mas no início de 65 acabou voltando para Helena, onde poucos meses depois morreu enquanto dormia.

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