Objetivo:

A minha missão, e é assim que eu encaro esse trabalho, é de apenas divulgar a boa e bela música! Pois é inconcebível deixar as pessoas sem conhecer o verdadeiro Rock. Não consigo imaginar alguém nascer, crescer, viver e morrer sem ouvir pelo menos a metade do conteúdo deste Blog. É uma tortura para meu ser pensar que isso possa acontecer! Quero também deixar muito claro que não pratico pirataria. Os links expiram em 60 dias e sabemos, como bons apreciadores, que um mp3 tem péssima qualidade. Porém, não existe nada melhor do que achar um som na internet, baixar, se deliciar e depois comprar o original, com encartes, um som puro e perfeito! Preservando assim os direitos autorais dos artistas que as produziram!

Desejo a todos uma viagem sonora cheia de delícias musicais!

CLAUDIOTULL

quarta-feira, agosto 08, 2007


Galera, mais um programa duplo de altíssima qualidade. "Tudo o que nós fazemos, os Stones imitam seis meses depois", disse certa vez John Lennon. E o pior é que ele não estava inteiramente errado – apesar de eu gostar mais de Stones que de Beatles. Em 1967 os rapazes de Liverpool lançaram Magical Mystery Tour, uma pretensiosa ego-trip em forma de telefilme, exibido pela BBC. Antes que o beatlemaníacos presentes venham me dar porrada, vale lembrar que o próprio Paul McCartney, meses depois, pediu desculpas ao público. "Foi um desafio, e não deu certo", admitiu. A reação da crítica e do público foi tão ruim que o filme levou nove anos para chegar aos EUA. Independentemente desses reveses, era óbvio que os Stones não deixariam barato e dariam um jeito de fazer um telefilme também, gravado em dezembro de 1968. A idéia era boa: num cenário de circo mambembe, os Stones receberiam jovens talentos e alguns convidados ilustres, fechando, claro, com uma apresentação de Jagger, Richards e companhia. O resultado é espetacular. De cara, o show apresenta uma curiosidade para qualquer roqueiro. A banda de abertura é um certo Jethro Tull, um quarteto de blues-folk-rock que acabara de lançar seu disco de estréia. O guitarrista Mick Abrahams deixara o grupo e fora substituído por um garoto canhoto de Birmingham chamado Tony Iommi. Este é o único registro dele com a banda, pois logo depois seria "saído" para dar lugar a Martin Barre. Melhor para a o mundo do rock, que ganharia o Black Sabbath. Ah, consta que o Tull não era a primeira opção. A idéia é que a abertura ficasse com uma banda recém-formada chamada Led Zeppelin, mas não rolou...Em seguida, a maior banda de rock de todos os tempos, The Who (se o distinto não acha, paciência...). A música em questão, "A Quick One While He's Away" representou uma virada na carreira da banda e talvez no rock como um todo. Pete Townshend lembraria numa entrevista que, em 1966, o produtor Kit Lambert sugeriu que ele fizesse uma música para ocupar os nove minutos que haviam sobrado no segundo disco do Who. Apesar de considerar a idéia uma heresia ("rocks tinham, no máximo, três minutos"), Townshend topou a parada e compôs a canção, cheia de mudanças de ritmo e andamento. A primeira suíte do rock. Depois do Who foi a vez do blues man americano Taj Mahal sacudir a platéia com rock funkeado da melhor qualidade. A atração seguinte foi Marianne Faithfull, uma lindíssima cantora cujo talento sempre foi ofuscado pela vida pessoal conturbada. Na época ela vivia com Mick Jagger e, dizem as más línguas, ciscava no terreiro de Keith Richards. Bem, passados os números de abertura, era a vez das atrações principais. A primeira delas foi um desconhecido quarteto chamado The Dirty Mac. Quer dizer, desconhecido como quarteto, porque os integrantes eram para lá de conhecidos. No vocal e guitarra base, John Lennon; na guitarra solo, Eric Clapton; no baixo, Keith Richards, e, na bateria, Mitch Mitchell, do Jimi Hendrix Experience. Esse autêntico dream team reinventou "Yer Blues", uma das melhores canções do "álbum branco" dos Beatles. Mas, como nem tudo é perfeito, o Dirty Mac continuou no palco para servir, junto com o violinista israelense Ivry Gitilis, de trilha sonora para uma demonstração de furor sexual de Yoko Ono. A mulher consegue, perdoem o expletivo, foder um belo instrumental com seus uivos e ganidos insuportáveis. Mas eis que chegou a vez dos donos da casa. E aí, por incrível que pareça, a coisa desandou. Das seis canções que a banda toca, somente "Sympathy For The Devil" lembrava a energia que sempre caracterizou os Stones. A banda estava burocrática, sem alma. Brian Jones, guitarrista e fundador do grupo, parecia morto no palco – um presságio sombrio, pois ele morreria de fato em julho do ano seguinte. Com o especial gravado, editado e pronto para ir ao ar, os Stones resolveram engavetá-lo. A explicação (extra-oficial) era justamente a apatia da atração principal, especialmente se comparada à exuberância do Dirty Mac e à energia do Who. Para Jagger em particular, era inaceitável servir de veículo para a ascensão de um novo Adonis do rock, o louro Roger Daltrey. Por isso, Rock And Roll Circus ficou 18 anos na gaveta, lançado em VHS e CD somente em 1996, para aclamação da crítica. Ali estava um apanhado do mais criativo momento da história do rock. Ou, como escreveu David Dalton na apresentação do CD, "por um breve momento, parecia que o rock'n'roll herdaria a Terra".


1. Mick Jagger's Introduction Of Rock And Roll Circus

2. Entry Of The Gladiators

3. Mick Jagger's Introduction Of Jethro Tull

4. Song For Jeffrey (Jethro Tull)

5. Keith Richard's Introduction Of The Who

6. A Quick One While He's Away (The Who)

7. Over The Waves

8. Ain't That A Lot A Love (Taj Mahal)

9. Charlie Watt's Introduction Of Marianne Faithfull

10. Something Better (Marianne Faithfull)

11. Mick Jagger's And John Lennon's Introduction Of The Dirty Mac

12. Yer Blues (The Dirty Mac)

13. Whole Lotta Yoko (Yoko Ono and Ivry Gitlis with The Dirty Mac)

14. John Lennon's Introduction Of The Rolling Stones / Jumping Jack Flash (The RollingStones)

15. Parachute Woman (The Rolling Stones)

16. No Expectations (The Rolling Stones)

17. You Can't Always Get What You Want (The Rolling Stones)

18. Sympathy For The Devil (The Rolling Stones)

19. Salt Of The Earth (The Rolling Stones)

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