Objetivo:

A minha missão, e é assim que eu encaro esse trabalho, é de apenas divulgar a boa e bela música! Pois é inconcebível deixar as pessoas sem conhecer o verdadeiro Rock. Não consigo imaginar alguém nascer, crescer, viver e morrer sem ouvir pelo menos a metade do conteúdo deste Blog. É uma tortura para meu ser pensar que isso possa acontecer! Quero também deixar muito claro que não pratico pirataria. Os links expiram em 60 dias e sabemos, como bons apreciadores, que um mp3 tem péssima qualidade. Porém, não existe nada melhor do que achar um som na internet, baixar, se deliciar e depois comprar o original, com encartes, um som puro e perfeito! Preservando assim os direitos autorais dos artistas que as produziram!

Desejo a todos uma viagem sonora cheia de delícias musicais!

CLAUDIOTULL

quarta-feira, agosto 08, 2007


Ok, galera, se alguém tem alergia a laquê, é melhor sair do recinto.

Em 1981, a diretora de cinema norte-americana Penelope Spheeris lançou um documentário sobre a cena punk de Los Angeles, entrevistando bandas, jornalistas, fãs e até seguranças de clubes onde esse tipo de show acontecia. Tamanha dose de violência, racismo, machismo, nazismo e outros "ismos" (como? "virtuosismo"? sem chances) recebeu o justo título de O Declínio da Civilização Ocidental. Só que a cena punk que Spheeris descreveu foi rapidamente substituída por um movimento bem diferente – e um tanto ou quanto esquisito. Uns moleques de cabelo comprido, roupas coloridas e muuuita maquiagem. Parecia uma grande convenção de fãs dos New York Dolls. Era o heavy metal californiano, também chamado glam metal ou, mais pejorativamente, hair metal. A fórmula é praticamente a mesma, misturando entrevistas e shows. Os entrevistados se dividem em quatro categorias: fãs, empresários (uns poucos donos de clubes), aspirantes e astros. Uma curiosidade sobre os últimos é que a única banda glam de sucesso (naquele momento) a falar foi o Poison – justo um grupo tardio e particularmente ruim. O Mötley Crüe, ponta de lança do movimento, ficou de fora. Os demais (Kiss, Alice Cooper, Aerosmith, Ozzy, Motörhead etc.) nada tinham a ver com a cena de L.A., mesmo tendo, em alguma medida, a influenciado. Pior ainda é Dave Mustaine, do Megadeth, representante de uma outra vertente do metal ignorada pelo filme. Curiosamente, é ele que está no cartaz - by the way, a capa lá em cima é de uma edição pirata em DVD, pois o filme até hoje só saiu em VHS. Talvez o mais curioso seja ver os aspirantes, um bando de zés-manés lutando desesperadamente por um lugar ao sol com suas bandinhas. Todos com cabelões cheios de laquê, muita maquiagem e toneladas de pretensão. Os caras da banda Odin dizem que vão ser mais famosos que os Doors. "E se vocês não conseguirem?", pergunta a diretora. "Mas nós vamos conseguir", garantem. Bem, acho que nem Freya se lembra mais desse Odin. Aliás, de todos os entrevistados, só quem conseguiu alguma coisa foi Janet Gardner, já então líder do Vixen. Claro que o visual da galera, que já era esquisito nos anos 80, parece ainda mais bizarro hoje. Joe Perry, do Aerosmith, diz em certo momento que a indumentária de palco tem mesmo que ser teatral, mas que sair na rua daquele jeito já é mais problemático. Mas, esquisitice à parte, o clima é de festa, regada a exagero, bebida, rock e mulher (se você tem dúvidas de quem é quem, uma dica: as mulheres usam um pouquinho menos maquiagem). Isso se reflete no próprio astral do filme. Na época eu li (não me lembro se na Circus ou na Rolling Stone) que um dos cinegrafistas ficara surpreso com o público. Ele lembrava que o primeiro filme fora um pesadelo. Filmando os shows dos punks no meio da platéia, ele levou socos, chutes e cusparadas. "Cheguei a pedir uma gaiola de tubarão para me proteger", conta. No segundo, os cabeludos não só não batiam como até ajudavam e abriam espaço para ele filmar. Tomou um outro banho de cerveja, mas, em compensação, viu de camarote diversas exibições de peitinhos. Aliás, com tanta coisa ruim imitada dos EUA, porque as meninas aqui não seguem essa tradição roqueira e exibem as glândulas superiores nos shows? Fica aqui a sugestão. Na parte das estrelas, o filme tem diversas cenas marcantes. Talvez a mais famosa seja a entrevista de Chris Holmes, fundador e então guitarrista do W.A.S.P., na piscina de sua casa. Sentado numa poltrona flutuante, vestido e completamente bêbado, Holmes entornou diversas garrafas de vodka (uma delas literalmente entornada na cabeça), classificou-se como "um bosta", a despeito do sucesso de sua banda, e como um mean motherfucker, fazendo com que sua mãe arregalasse os olhos. Sim, a velha estava ali do lado, piscando assustada a cada fucking que o pimpolho soltava. Muita gente, claro, diz que o porre de Holmes era fajuto, tão teatral quanto as apresentações do W.A.S.P. Spheeris nega a armação até hoje, mas admite que há ao menos uma cena forjada no filme: na entrevista de Ozzy Osbourne, dada enquanto ele preparava o café-da-manhã, o falecido roqueiro (hoje é só um comediante de TV) erra o copo e derrama suco de laranja na pia. Todo mundo que vê pensa "putz, o cara tá detonado..." Só que a imagem do suco caindo fora foi filmada depois.Ok, ok, só um teatrinho dentro de um teatro maior. Mesmo assim o filme vale muito

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